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Pedro Beatriz, cidadão Cambeense
Tudo na vida é uma questão de escolha. E foi isso que levou Pedro Beatriz a vir a ser um cambeense em 1955. Ele veio para ser o representante do IBGE.
Da esquerda para a direita (em pé): Armeni (sanfoneiro), Antonio Guerino Codato, José Wanderlei de Freitas, Amauri Ribeiro, Não identificado, Martha Francisca Scripes, Nilva P. Vivan, José Lucas Pinheiro Neto, Maria Joana Tonczak, Não identificado, Ricieri Codato, Omar, Chiquinho, Não identificado. Sentado: Pedro Beatriz. Foto de 29 de maio de 1961 – comemoração do aniversário do IBGE.
Reportagem: Jornalista Wilson Vidotto Bidu
Cambé Notícias (PR), 04-02-2022 – 10h20
Pedro Beatriz veio com a família para Cambé em 1955, para se estabelecer na cidade como representante do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A história de Pedro Beatriz começou bem antes, lembra sua filha Marina Irene Beatriz Polonio: “Meu pai nasceu em Curitiba, no Alto da Rua 15 de Novembro em 25 de setembro de 1919. E foi na capital que, já adulto, abraçou a profissão de policial e, em 1939 casou-se com minha mãe: Florinda da Silva Beatriz.”
Associou a profissão de soldado com a atividade rural.
Como soldado, no contexto da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), foi destacado para atuar em Reserva, cidadezinha rural distante 180 quilômetros da capital do Paraná. Vivendo nesse ambiente rural comprou um sitio e, junto à sua família, associou a profissão de soldado com a atividade rural. Alí o casal teve os seguintes filhos: Julio (1940), Ione (1942), José (1944), Cezar (1945), Margarida (1948), Nelson (1950).
Foi incentivado por amigos.
Em função do seu grande relacionamento e conhecimento na época, foi incentivado por amigos a fazer o concurso para a Agência Municipal de Estatística (órgão do IBGE) em Reserva. Aprovado, atuou como agente ali mesmo até ser transferido para Antonina, litoral do Paraná para onde foi na frente para conhecer a cidade e arrumar moradia. Diz Marina “Meu pai levou a família, já com os seis filhos, para Curitiba (Pinhais) e foi para Antonina arrumar moradia e escola para os filhos pequenos. Naquela localidade litorânea ficaram por quatro anos onde nascemos eu (1951) e meu irmão Valdir (1954)”. Algum tempo depois, Pedro Beatriz foi designado para trabalhar em Londrina, relata Marina que: “Na época, devido à família ser numerosa foi impossível encontrar uma casa a contento em Londrina até que, aconteceu de na vizinha cidade de Cambé, o Agente Municipal de Estatística deixar a cidade surgindo uma vaga.”
Muda-se para Cambé em 1955.
Pedro Beatriz com a família muda-se para Cambé em 1955 e passa a morar na Rua Equador nº 105, onde monta, na sala de sua casa, o seu escritório de atendimento já como Inspetor Regional de Estatística Municipal, representando o IBGE como técnico na prestação de assessoria às Agências Municipais de Estatística ― AMEs da região. Segundo sua filha Marina, seus pais ainda tiveram uma filha cambeense, Maria, a qual nasceu em 1957, somando assim um total de nove filhos na família.
Pedro Beatriz
Jacídio Correia cedeu uma sala na Prefeitura para o IBGE.
Como na época, o trabalho da jurisdição dele se estendia de Jataizinho a Jandaia do Sul, houve um grande aumento de trabalho regional, levando o prefeito de Cambé, Jacídio Correia, a entender que o agente necessitava de um espaço maior para exercer suas atividades. Assim é que cedeu uma sala na Prefeitura Municipal para atendimento dos trabalhos do IBGE. Pedro Beatriz permaneceu trabalhando nas dependências da Prefeitura Municipal de Cambé até aposentar-se pelo IBGE.
Moysés Lupion estava em Cambé.
Pedro Beatriz angariou um vasto círculo de amizade com a comunidade e políticos da época, através da notoriedade do seu trabalho como representante do IBGE em Cambé e região. Dessa época Marina refere que: “Entre as coisas que aconteciam em nossa casa e das quais me lembro, foi que meu pai fez um churrasco para comemorar seu aniversário e o Governador do Paraná da época, Moysés Lupion que estava em Cambé, compareceu festejando com os muitos amigos de papai que estiveram presentes”.
O primeiro Grupo de Escoteiros de Cambé.
Além da sua atividade profissional, Pedro Beatriz exerceu um papel importante como cidadão na comunidade cambeense observa a filha Marina ao afirmar que: “Não apenas por ser Ibegeano, mas também por ter fundado com Otacílio Correia Rocha, o primeiro Grupo de Escoteiros de Cambé, fato que muito nos orgulha”. E continua ela: “Mas papai, entre outras atividades voluntárias que uniam a comunidade cambeense também teve participação na diretoria do Comercial Esporte Clube – CEC, a exemplo do que realizou na Liga de Esportes de Antonina”. Pedro Beatriz veio a falecer em Cambé, no dia 01 de Junho de 1998. Como cidadão e exemplo experiente de vida, ele deixou registrada sua participação em diversas realizações na sociedade cambeense.